O que estou fazendo?

    follow me on Twitter

    segunda-feira, 16 de março de 2009

    A Rua do Rap

    Cresci em um bairro residencial em São Caetano. Minha cidade tem fama de "Cidade de riquinho" quem mora lá sabe que não é nada disso, mas tudo bem. O meu bairro era tranquilo, o lugar ideal para uma criança crescer: Pouco movimento, muitas crianças na mesma rua, um parque bem pertinho, vizinhança pacífica...mas uma coisa não condizia com o ambiente: A febre do Rap! Na minha rua toda a molecada começou a ouvir Rap ao mesmo tempo, e só Rap era legal, só Rap era permitido e só Rap era música.

    Ninguém podia gostar de mais nada, senão era zuado pelos outros do bando. Na nossa cabeça, nossa vizinhança era o Bronx de NY. Imagine uma criança de 12 anos cantando "Eu sou bem pior do que você tá vendo, preto aqui não tem dó, é 100% veneno!" - todos brancos, a maioria gordinho, e se visse uma arma em sua frente, mesmo que descarregada, se cagaria nas calças.
    E não era só o Rap, mas alguns dos mais ousados se arriscavam no Break Dance! Mas não imagine você que alguém sabia o que estava fazendo, se inspiravam naqueles negões que giram a cabeça no chão e parecem ser feitos de molas, mas na hora de executar a dança, mais pareciam leitõezinhos de estrebuchando no chão, e ainda apanhavam em casa quando chegavam com a roupa toda suja por ficar rolando na calçada. E o Rap bombando.
    Até as roupas tinham que ser de rapper: camisetas largas, tênis enormes e bermudões caindo, e o pior é que a gente pensava que impunha algum respeito, mas era só trombar um garoto 1% mais malandro na rua, que pronto: voltava pra casa chorando, por que perdeu o boné.

    As gírias também tinham que estar de acordo:

    "Aê mina, o bagulho tá a pampa, hein? Se pá nem vira mais bater um rolo nesse pano aê."

    Tradução: "Mãe, ficou bom, não? Talvez nem precise mais trocar essa camisa."
    Isso sem mencionar as vezes que pegávamos giz na escola e saímos com nossa gangue de pichadores mirins, vandalizando muros, pelo menos até a próxima chuva, que lavaria as nossas marcas deixadas pela vizinhança.

    Coisas que a gente faz em uma época da vida achando que é o máximo, mas quando olhamos pra trás, vemos o quanto já fomos ridículos. Talvez em alguns anos eu olhe pra trás e veja que era um idiota atualizando um blog, mas enquanto isso não acontece, deixo com vocês um trecho de uma música que marcou minha infância:

    "Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira de uma "HK". Metralhadora alemã ou de Israel; estraçalha ladrão que nem papel."

    Yo!

    8 comentários:

    1. è tudo verdade! rsrs infelizmente fiz parte dessa história e morro de vergonha só de lembrar disso hauhauha! Mas pode deixar Patrick, não vou falar pra ngm que vc também arriscava uns passinhos de BREAK de havaianas na garagem da sua casa! kkkkkk saudades dessa época apesar das vergonhas! abssssssssss maaann!

      ResponderExcluir
    2. aee Patrick!!!

      Tento comentar seus textos há algum tempo....
      São muito bonss!!!

      Seguirei com leitora aqui do blog...
      avisa qd for fazer o proxima stand up!

      beijoo

      ResponderExcluir
    3. Truta,

      eu tb faia parte dessa playboyzada que pensava que era da periferia...o barato era loko...os pano era largo, a calça era big e o tenis de skatista... qm nunca pixou um sk8, em?! hahaha
      nem q seja no proprio caderno

      fica um trecho deste poeta do rap...Mano Brow
      aposto q c tocar em algum lugar essa musica mta gente canta baixinho

      ''Blue: "Aquele puta ganso, pilantra corno manso.
      Ficava muito doido e deixava a mina só.
      A mina era virgem e ainda era menor.
      Agora faz chupeta em troca de pó!"
      Brown: "Esses papos me incomoda.
      Se eu tô na rua é foda..."
      Blue: "É, o mundo roda, ele pode vir pra cá."
      Brown: "Não, já, já, meu processo tá aí.
      Eu quero mudar, eu quero sair.
      Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum.
      E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um."

      ResponderExcluir
    4. hahahhahaha
      comentários engraçados!
      pega a letra que o Zé desenterrou, hahahaha!
      te fala que ainda tinham os caras que faziam beat box(?)
      Mas eu sempre fui fã do EMINEM...ele sim é o verdadeiro RAP dos Brancos...
      abraços fica na paz irmão, qualquer coisa liga nóis no morro. o morro ali subindo o forum, ta ligado joe?

      ResponderExcluir
    5. Então gira essa porra DJ.......tuff tuff tuff

      ResponderExcluir
    6. O que me intriga é, por que um monte de pivetes, tipo eu queriam pagar da malandrões e ser maus? Sendo que nossas mães ainda colocavam a comida nos nossos pratos. Eu até mesmo queria ter um apelido que botasse medo, tipo "cicatriz". Ei, cuidado aí seu comédia, o "cicatriz" tá na área.

      ResponderExcluir
    7. Japonigga do Bronx!

      Man.. eu era mais um que usava calça big e tinha uma camiseta da Fubu!

      Boa...

      ResponderExcluir
    8. TIVE....TIVE....DETETIVE...
      SEU PAI É DETETIVE, MAS O MEU É DESPACHANTE!

      Yo!

      ResponderExcluir